domingo, 2 de dezembro de 2007

Stolzes Herz

Como uma sombra atravessa as noites frias, ninguém sabe para onde vai ou de onde veio, ou talvez nunca tenham se perguntado. Segue seu rumo, passa por sorrisos, bebidas, rodas de amigos, música. Apenas passa.

Por que?

O que procura? O que tanto observa meticulosamente nos sutis gestos e nos atos das pessoas tão previsíveis e tão controlados por valores que ignora? Pensando assim, talvez este mundo não lhe sirva. Será mesmo? É preciso seguir e conhecer para descobrir.

Se a vida é um teatro, pode também ser um monólogo, mas não há ainda como se dizer se trágico ou se uma comédia. Talvez a atuação errante onde não entendeu a piada que todos já sacaram e já descartaram. É realmente tão sagaz a ponto de, cada vez mais diante de todos, não escapar do labirinto de perguntas que teceu inevitavelmente pela criticidade que foi dotado? Talvez esta seja a piada. Talvez o fim seja a tragédia, uma lição moral.

Isto não pode ser verdade. Uma lição moral é o pior propósito a que os esforços poderiam se prestar, é preferível aceitar que não se é deste mundo a servir à limitação moralista.

Por outro lado, não pode a sorte ajuda-lo? Não pode ela, compensa-lo por todas as vezes em que esteve ausente, assim como em algumas vezes em que se fez presente? Não se sabe, como diz Maquiavel, não é bom depender das escolhas da fortuna. Mas, seria bom se apenas esta vez não precisasse contar apenas com seus próprios esforços, que sente estarem cada vez mais estéreis.

O que acontecerá? O que os ventos trarão? Está sempre preparado para as batalhas que aparecem, mas sequer as batalhas lhe aparecem, o ambiente emocionalmente deserto despe qualquer dessas qualidades e, como um peixe em um aquário, só se pode observar as reações que qualquer um teria, sem distinguir suas qualidades. Não é porém, motivo de desesperança e o futuro mostrará que aquilo que não derruba de vez, apenas fortalece.

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