terça-feira, 21 de julho de 2009

O brilho

O brilho se foi. Muralhas em ruínas, intermináveis ruínas, constróem o cenário acinzentado no qual se ouve o mais irritante silêncio, perturbador como um estridente ruído. Me desculpem se não posso retratar de maneira mais poética tão desolado retrato. Não creio que tenha o poder das palavras e o ar que exala áridez criativa não me permite dizer mais.

O brilho se foi. Terá mesmo existido algum brilho ou ele existia apenas nos olhos e na mente daqueles que enxergavam em uma situação tão momentânea e comum na história humana algo extraordinário?

Neste caso, embora a guerra tenha sido dura, seus desdobramentos já estavam traçados? Os previsíveis resultados de um confronto onde eles pularam entusiasticamente nas mãos de seus algozes com os quais apenas puderam desfrutar de pequenos e valiosos momentos de bonança.

Acontece que mesmo a queda é uma situação conjuntural tal como as nuvens que se movem, montando e desmanchando até mesmo os climas mais profundos. Se os desdobramentos estavam traçados, os próximos também estarão e se havia algum brilho ou não, dirão as nuvens ao cair deste tenebroso dia quando se descortinarem para o espetáculo perene das estrelas.

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